BIOCHRONOS
BIOCHRONOS: MONITORAMENTO DA DEGRADAÇÃO OCULTA, BIODIVERSIDADE, FUNÇÕES E SERVIÇOS ECOSSISTÊMICOS NA INTERFACE TERRA-ÁGUA DO RIO DOCE é um projeto de pesquisa coordenado pelo Prof. Dr. Geraldo Wilson Fernandes (UFMG), aprovado na CHAMADA 10/2018 – FAPEMIG/RENOVA, envolvendo 21 instituições, entre elas 10 estrangeiras, com o objetivo de avaliar os impactos ambientais do rompimento da barragem da SAMARCO/BHP Billiton/Vale, em Mariana, MG, em 2015. Para analisar efeito do rejeito proveniente da barragem de Fundão – Mariana sobre a abundância, riqueza e dominância de espécies de ortópteros de serapilheira. Em cada localidade faremos cinco transectos de 120 m, perpendiculares ao curso do rio, com a distância de 50 m entre os transectos, a partir de 1 m da margem do corpo d’água em direção ao interior da mata ciliar. A cada 30 m do transecto instalaremos cinco armadilhas enterradas (pitfall), enfileiradas perpendicularmente ao transecto e paralelamente à margem do curso d’água. Cada armadilha ficará distante uma da outra 2 m e será preenchida com 500 ml de álcool combustível como solução matadora e conservadora, como recomendado por Szinwelski e colaboradores. Cada conjunto de cinco armadilhas será considerado uma unidade amostral, de forma que cada transecto terá cinco unidades amostrais. As armadilhas serão mantidas no campo por 48 horas. Após esse período, as armadilhas serão coletadas e os animais serão triados e armazenados em frascos de plástico com tampa de rosca, contendo álcool 80%. Em cada localidade, ainda faremos mais cinco transectos de 1000m na zona ripária (margem do corpo d’água/borda da mata ciliar) para coleta ativa. Cada transecto será dividido em 10 segmento de 100m cada. Cada segmento será amostrado por coleta ativa com auxílio de puçá, durante 10 minutos. As coletas de cada segmento serão acondicionadas em saco plástico próprio, devidamente etiquetado, consistindo em unidades amostrais separadas. Assim, cada transecto será composto por 10 unidades amostrais, e cada localidade (ponto) terá 50 unidades amostrais, em dois grupos (impactado x referência). Todos os ortópteros coletados serão fotografados, identificados e ao menos um espécime de cada espécie será depositado na coleção de Orthoptera do Museu Nacional do Rio de Janeiro, coleção de Orthoptera da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e para as coleções de Orthoptera da UFMG e da UFV. Para avaliar a funcionalidade do ecossistema, com referência à ortopterofauna, utilizaremos as seguintes variáveis resposta: densidade acumulada e densidade por espécie e por grupo funcional, riqueza de espécies e de grupos funcionais, dominância, equidade e diversidade. Para avaliar a evolução temporal da ortopterofauna e de suas respostas ao impacto ocorrido, pretendemos realizar uma segunda campanha, com metodologia semelhante à descrita acima, incluindo as mesmas variáveis ambientais, dois anos depois da primeira, novamente no verão. Para avaliar o efeito do rejeito sobre a probabilidade de ocorrência de Orthoptera nos locais impactados, primeiramente, estimaremos a distribuição potencial e riqueza de espécies de ortópteros na Bacia do Rio Doce, utilizando ocorrências de espécies de ortópteros de todo o Brasil, disponíveis em bancos de dados on-line. Em seguida, iremos comparar estes dados de distribuição potencial com as ocorrências de ortópteros obtidas nos locais impactados, gerando mapas de distribuição potencial de cada espécie, a fim de interpretar qualitativamente a perda de diversidade em locais impactados pelo rejeito.